Após aprovação do arcabouço fiscal, parlamentares divergem sobre o avanço da reforma tributária

O plenário da Câmara aprovou o ontem (23) novo arcabouço fiscal por uma ampla margem de votos (372 a 108). Mesmo com essa “facilidade” na aprovação das regras fiscais, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que a reforma tributária será encaminhada no primeiro semestre, mas não garantiu sua aprovação. Por outro lado, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, admitiu que não é possível votar a reforma até julho e destacou que “já fizemos demais”.

Lira reconheceu que a aprovação da reforma tributária dependerá do plenário e da condução dos líderes. Ele ressaltou que a reforma tributária está na pauta da Câmara no primeiro semestre, mas sua aprovação não está garantida. Lira defendeu o trabalho duro na pauta e a necessidade de corrigir anomalias tributárias.

No entanto, Guimarães admitiu que não é viável votar a reforma tributária no primeiro semestre, devido ao cronograma apertado. Ele afirmou que o relatório será apresentado em junho, mas o recesso parlamentar ocorrerá em meados de julho. Guimarães enfatizou que já fizeram bastante trabalho e que não estão estressados com a votação da reforma em um prazo tão curto.

As palavras de Guimarães vão à contramão do que vem pregando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que expressou convicção de que a reforma tributária seria votada na Câmara ainda neste semestre, antes do recesso parlamentar. Guimarães afirmou que trabalharão para aprovar a reforma assim que o governo encaminhar o texto, mas não, necessariamente, estão preocupados com a votação da reforma tributária em um prazo tão reduzido.

Correio Braziliense